dezembro 11, 2006

Bragança: Museu Abade de Baçal reabre com mais espaço

As máscaras típicas das festas de Inverno no Nordeste Transmontano são o tema de duas exposições que assinalam, sexta-feira, a reabertura do Museu Abade de Baçal, em Bragança, encerrado há um ano para obras.

Considerado um dos mais emblemáticos da região, o museu, que recebeu o nome do seu fundador, foi objecto de obras de ampliação e remodelação para melho res condições de visita e de exposição de obras e colecções até agora guardadas por falta de espaço.

É o caso da exposição de pintura contemporânea com quadros de Malhoa e de Carlos Reis e ainda com 70 desenhos de Almada Negreiros.

Segundo disse hoje à Lusa o director do Museu, Neto Jacob, estas obras vão ser expostas na nova área, que corresponde a um edifício contíguo ao antigo Paço Episcopal, onde funcionava o Museu, e que vai aumentar a área total em cerca de 40%.

No edifício reabilitado funcionarão três salas de exposição permanente, que vão mostrar ainda uma prateleira do século XVIII e faiança portuguesa, sobretudo do século XIX e da zona Norte.

Esta área contará ainda com um núcleo de pintura de Abel Salazar.

De acordo com o director, o museu dispõe ainda de mais duas salas onde serão acolhidas as duas exposições, a inaugurar no dia da abertura, sobre máscar as transmontanas, uma intitulada «Caretos II», de João Vieira, e outra, comissariada por Benjamim Pereira, sobre «Os Rituais de Inverno com Máscaras».

A máscara é o artefacto característico das festas do Natal, ano novo e Carnaval nesta região, que escondem as diabruras dos tradicionais caretos, rapaz es mascarados com trajes coloridos que, ao som de chocalhos, animam as aldeias nesta quadra.

A Ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, preside à reabertura do Museu Abade de Baçal, que esteve encerrado durante quase um ano para obras de ampliação, arranjo dos jardim exterior llimpeza e reajustes no núcleo antigo da estrutura.

Os trabalhos, orçados em um milhão de euros, correspondem à última fase das obras, que se arrastaram por mais de uma década, envoltas em polémica.

A mais recente contestação surgiu da junta de freguesia de Santa Maria, a autarquia da zona histórica de Bragança onde se localiza o museu, que criticou o muro com mais de dois metros erguido nas traseiras do edifício e dos jardins do mesmo, os únicos classificados na cidade.

O autarca local, Jorge Novo, apelidou-o de «muro da vergonha, com aspecto de prisão de alta segurança, que afasta as pessoas daquele espaço».

O Instituto Português dos Museus rejeitou na ocasião qualquer alteração à obra, alegando que o referido muro sempre existiu e com dimensões ainda superiores às actuais.

A fase mais polémica das obras ocorreu há uma década no núcleo principal, o edifico mais antigo, levando à formação de um movimento cívico contra a alegada «descaracterização» daquele espaço.

O museu de Bragança recebeu o nome do seu fundador, o Abade de Baçal, responsável por parte significativa do espólio etnográfico, que o próprio foi recolhendo por todo o Nordeste Transmontano.

Fundado em 1915, o seu acervo integra colecções de arqueologia e numismática e peças do recheio do Paço Episcopal.

Instalado no antigo Paço Episcopal de Bragança, foi somando ao longo da sua história dádivas que acrescentaram ao seu espólio colecções de pintura, desenho, escultura, ourivesaria civil e mobiliário.


Fonte:D.D.

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